Para Pacientes

Síndrome Ardência Bucal

Síndrome da Ardência Bucal (SAB) é definida como uma sensação/dor em queimação da cavidade oral que recorre diariamente por mais de 2 horas por dia há mais de 3 meses na ausência de uma causa orgânica identificável, sendo que a mucosa oral apresenta uma aparência normal.
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Afeta principalmente mulheres pós menopausa (idade média 60 anos). A apresentação clínica varia e o início pode ser gradual ou súbito, normalmente sem um fator de precipitação identificável. Em alguns casos, pode ser definido um “evento”, como um procedimento dentário, um trauma, uma nova medicação, uma doença, ou um evento de vida estressante.
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Os pacientes relatam que comer, beber ou falar pode alterar os sintomas, sendo que comidas ácidas e apimentadas causam uma piora e alimentos doces, goma de mascar, bebidas geladas uma melhora.
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A dor pode ser contínua ou intermitente e é tipicamente localizada nos 2/3 anteriores da língua , podendo envolver o palato, os lábios, a mucosa bucal e o assoalho da boca. Além da sensação de queimação, os pacientes também se queixam de boca seca (xerostomia) e alterações no paladar(disgeusia). Comorbidades psicossociais e psicológicas tem sido relatadas em 85% dos pacientes com SAB.
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A causa permanece desconhecida, a ICDH-3 sugere que a SAB é uma neuropatia. A patofisiologia envolve a nível periférico (um desequilíbrio entre os sist. gustativo e sensorial, uma neuropatia de fibras periféricas finas) e a nível central (neuropatia trigeminal, deficiência dopaminérgica).
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O diagnóstico é por exclusão de possíveis causas sistêmicas e locais.
O tratamento é baseado no controle dos sintomas através de terapias comportamentais, controle de hábitos parafuncionais, dieta adequada/ hidratação, evitar o uso de produtos de higiene bucal com álcool e outros irritantes, terapias tópicas (1 mg tabletes de clonazepam), laser de baixa intensidade, capsaícina tópica e terapias sistêmicas (ácido alpha lipoico, clonazepam, gabapentina, pregabalina, ISRSN, estimulantes salivares (pilocarpina) e antidepressivos tricíclicos.
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É importante que o paciente seja esclarecido sobre o problema e terapias multidisciplinares provém melhores resultados.

Pela Dra. Alessandra Cavaler
 
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